Eventos, Congressos e Campanhas

JANEIRO BRANCO: Conheça e entenda

 

O Janeiro Branco é uma campanha, ainda nova, que merece muita atenção. A campanha objetiva mobilizar a sociedade em favor da saúde mental, mudando a compreensão cercada de tabus sobre a saúde mental e promovendo mais possibilidade de saúde mental a todos os indivíduos e a sociedade como um todo.

 

JANEIRO BRANCO

O Janeiro Branco é uma campanha que pretende mobilizar a sociedade em favor da saúde mental. O assunto ainda é pouco discutido pela sociedade e ainda há muito tabu em volta do tema. É preciso compreendermos o conceito de saúde mental de forma ampliada, como um estado de equilíbrio que proporciona bem-estar ao indivíduo e a sociedade como um todo. Com essa ideia em mente, o Janeiro Branco pretende colocar o tema da saúde mental ao máximo em evidência durante esse primeiro mês do ano, fazendo com que as pessoas reflitam, discutam e atualizem suas ideias sobre o que é a saúde mental na verdade.

Temos um número que cresce cada vez mais de casos de depressão, ansiedade, fobias, pânico e até agressividade e desrespeito. Isso mostra que as pessoas precisam começar a cuidar também de aspectos mentais e emocionais de sua vida. Por isso, nós psicólogos, pretendemos falar muito sobre o assunto durante esse mês e esclarecer todas as dúvidas que vocês possam vir a ter.

COMO COMEÇOU E ONDE ESTÁ HOJE

A campanha ainda é nova, começou em 2014 em Minas Gerais. Já em 2014 foram realizadas em Uberlândia palestras em diversos espaços da cidade e uma ampla divulgação do tema online.

Hoje a campanha já conta com colaboradores em diversas cidades do Brasil e cada ano mais pessoas aderem a ajudam na campanha. Em muitas cidades é possível participar de palestras ou mesas de debate sobre o assunto.

Aqui em Campinas, em Setembro de 2016, o prefeito Jonas Donizette instituiu como lei a partir da lei n° 15.303 de 23 de Setembro de 2016, o mês Janeiro Branco, dedicado a realização de ações educativas para a difusão da saúde mental.

POR QUE JANEIRO E POR QUE BRANCO?

O mês de janeiro foi escolhido a dedo para a campanha. Por alguns motivos. O primeiro é que em janeiro, as pessoas têm a sensação de um novo começo, novos planos e novo estilo de vida. Os criadores da campanha quiseram aproveitar esse clima para que as pessoas comecem o ano pensando também em sua saúde mental. Além disso, muitas pessoas passam pela melancolia de fim de ano, e janeiro é um momento em que muitas pessoas estão fragilizadas por isso, sendo esse o momento ideal para buscar ajuda profissional e começar a cuidar da mente.

Já a cor branca representa o quadro em branco, o papel em branco, no qual escreveremos ou desenharemos uma nova história da saúde mental, sem os tabus e preconceitos que a cercam.

SAÚDE MENTAL E TABU

A campanha se mostra de extrema importância não só no âmbito individual, que seria a possibilidade de as pessoas cuidarem de sua saúde mental e seu emocional, mas num sentido mais amplo também.

Infelizmente, a saúde mental ainda é cercada de muito tabu. A maioria das pessoas acha que ir ao psicólogo é coisa de louco. Isso é herança de uma cultura antiga e ultrapassada de higienização, onde se tirava tudo aquilo que incomodava na sociedade e isolava em manicômios. Assim, o louco, era visto como inferior, sem cura, que devia ser isolado e afastado para não incomodar os saudáveis. Junto com essa fama desrespeitosa, a compressão do trabalho do psicólogo também se inferiorizou, começou-se a acreditar que essa era a profissão que cuidava só dos loucos, aqueles que deviam ficar isolados.

Bom, hoje a coisa avançou muito e o tratamento da chamada loucura é muito mais avançado e humanizado, há ações no sentido de inserção na sociedade e não mais o contrário. Hoje, há a compreensão que o psicólogo cuida de saúde mental, da nossa parte emocional, e esse lado emocional, todos nós temos. O Psicólogo cuida daquilo que mais negligenciamos o tempo todo, aquilo que faz com que nos sintamos bem ou mal. Por isso, precisamos falar sobre saúde mental, precisamos desconstruir essa ideia de que a pessoa ir ao psicólogo significa que é louca, que precisa ter vergonha disso. Buscar ajuda psicológica não significa perder o controle de sua vida, pelo contrário, significa manter-se no controle, significa compreender que a situação te fragiliza e buscar formas de lidar com isso.

Quando falamos em saúde do corpo, todos aceitam o cuidado preventivo. Faz sentido cuidar do corpo para que ele não sofra e adoeça, não é mesmo? Para não ficarmos na mão no futuro. Mas, e da mente? Por que a mente só recebe cuidados quando a coisa já está no fundo no poço? Quando fazemos exercício para promover saúde ao nosso corpo, colocamos um bom tênis, para que nem o nosso joelho sofra com o impacto. Mas e o impacto diário em nossa vida emocional? O estresse, os problemas financeiros, familiares, as inseguranças, os medos? Por que não podemos vestir algo para amortecer esses impactos em nossa vida também? Parece mais do que justo que cuidemos daquilo que controla todo o nosso corpo, pois o corpo pode estar bem, mas se a cabeça vai mal, tudo vai mal.

Esse tabu de achar que a psicoterapia é coisa para loucos acaba afastando as pessoas de buscar ajuda psicológica, afasta-as da possibilidade de saúde mental. Quem de nós nunca ouviu alguém dizer que não precisa de psicólogo? Como se dissesse eu ainda estou no controle, não preciso de alguém para dirigir minha vida. Mas não é isso! Em uma sociedade que cada vez mais coisifica as pessoas e suas ações, todos nós precisamos nos compreender e compreender a forma como lidamos e reagimos ao mundo. Devemos promover saúde mental a cada um de nós e assim, conseguiremos uma sociedade mais saudável e consequentemente mais segura e agradável.

Nesse mês, falemos sobre psicologia, psiquiatria, saúde mental e emocional, para que muitos possam compreender essa ideia e se beneficiar de um acompanhamento adequado. Vamos mostrar que quem cuida da mente, cuida da vida!

Dra. Priscilla Figueiredo -

Saúde Mental

O QUE É SAUDE MENTAL?

A maior parte das pessoas, quando ouvem falar em Saúde Mental pensam em Doença Mental. Mas, a saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais.
Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que ninguém é perfeito, que todos possuem limites e que não se pode ser tudo para todos. Elas vivenciam diariamente uma série de emoções como alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida.
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, idéias e emoções.

TER SAÚDE MENTAL É...

- Estar bem consigo mesmo e com os outros;
- Aceitar as exigências da vida;
- Saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis, mas que fazem parte da vida;
- Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário;

LEMBRE-SE

Todas as pessoas podem apresentar sinais de sofrimento psíquico em alguma fase da vida.

PARA MANTER SUA SAÚDE MENTAL EM DIA...

- Mantenha sentimentos positivos consigo, com os outros e com a vida;
- Aceite-se e às outras pessoas com suas qualidades e limitações;
- Evite consumo de álcool, cigarro e medicamentos sem prescrição médica
- Não use drogas;
- Pratique sexo seguro;
- Reserve tempo em sua vida para o lazer, a convivência com os amigos e com a família;
- Mantenha bons hábitos alimentares, durma bem e pratique atividades físicas regularmente.

Rede de Atenção Psicossocial em Saúde Mental

Cumprindo as ações previstas no Plano Crack, é possível vencer, nos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012, o Ministério da Saúde publicou uma série de Portarias que instituem a Rede de Atenção Psicossocial em Saúde Mental, propondo a criação, ampliação e articulação de diversos pontos de atenção a Saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso/ abuso/dependência de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).