Artigos e Variedades
Saúde - Educação - Cultura - Mundo - Tecnologia - Vida
Novo exame de sangue pra câncer de próstata promete mais eficácia

Novo exame de sangue pra câncer de próstata promete mais eficácia

Você já deve ter ouvido falar no PSA, o exame menos invasivo para detectar o câncer de próstata. É que ele detecta, por meio de amostras de sangue, os níveis dessa molécula produzida naturalmente pela próstata (o tal PSA, sigla em inglês para Prostate-Specific Antigen) – é o aumento de sua concentração que chama a atenção para a presença de um tumor maligno ali.

O problema é que esse exame dá um número alto de falsos-positivo. Ora, a molécula pode subir por várias outras situações, inclusive benignas.

Não quer dizer que o exame que a mede não tenha o seu valor, é claro. Ele auxilia, há décadas, a detectar tumores na glândula masculina. A questão é que não deveria ser feito à revelia, pois frequentemente leva a investigações desnecessárias.

Até três quartos das biópsias, que dão o diagnóstico final, são feitas em indivíduos que, na verdade, não têm câncer, aponta William Pedrosa, endocrinologista responsável pelo teste no Grupo Hermes Pardini, em Belo Horizonte (MG). E trata-se de um procedimento desconfortável, que leva a sangramentos e infecções, completa o médico.

Para ajudar a entender melhor quem deve se submeter ao exame de PSA, um novo teste chegou ao Brasil no segundo semestre deste ano: o índice de saúde da próstata, chamado de PHI (sigla para Prostate Health Index). Além do PSA e do PSA livre, dosados nos exames atuais, ele analisa uma terceira molécula da família, o P2PSA, que parece estar mais ligada aos casos de tumores malignos.

Para ter ideia, um estudo chinês recente, realizado com mais de 1 500 homens, mostrou que 39% das biópsias desnecessárias feitas no grupo teriam sido evitadas se houvesse uma triagem com o PHI. E o novo procedimento ajudaria também a flagrar as versões mais perigosas da doença. É um benefício que está em estudo, mas parece que o exame sinaliza os tumores agressivos, que se espalham pelo corpo e ameaçam a vida, aponta Pedrosa.

Apesar de ainda não estar no rol de procedimentos oferecidos pelos planos de saúde, o exame já pode ser encontrado em laboratórios particulares do país – custa cerca de R$ 750.

Quem se beneficia do PHI?

Geralmente, quanto maior o resultado do PSA, mais elevado é o risco de câncer – daí a indicação para uma biópsia. A lógica aqui permanece a mesma. Mas o novo exame parece ajudar mais os homens na chamada faixa cinza do teste de PSA, entre 2 e 10 ng/ml. Isso porque males como a hiperplasia benigna e a prostatite também têm resultados de PSA nesse nível, o que confunde o diagnóstico, explica Pedrosa.

Preciso ou não fazer?

Quem tem parentes com câncer de próstata pode, sim, investigar a eventual presença de tumores da glândula a partir dos 40 anos. Mas, quanto ao resto da população masculina, não há consenso. O Instituto Nacional do Câncer recomenda que não sejam organizadas campanhas de rastreamento em massa por causa do índice de falsos-positivo e de biópsias e tratamentos desnecessários.

Mas isso deve ser discutido entre médico e paciente, baseado no histórico de cada um e com informações sobre os riscos e benefícios, aponta Pedrosa. Como sempre, a boa e velha consulta com um especialista é primordial.

Por Chloé Pinheiro -Sáude

Comente essa publicação