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Câncer de Pâncreas: Por que a incidência está aumentando tanto?

Câncer de Pâncreas: Por que a incidência está aumentando tanto?

Vídeo - Hospital Israelita Albert Einstein - Dr. Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo

Câncer de Pâncreas

O pâncreas é uma glândula localizada na região superior do abdômen, atrás do estômago, e é um dos órgãos que integram o sistema digestivo. Ele é composto por três partes – cabeça, corpo e cauda – e possui duas funções distintas: a função endócrina, responsável pela produção de insulina (hormônio que controla o nível de glicemia no sangue) e a função exócrina, responsável pela produção de enzimas envolvidas na digestão e absorção dos alimentos.

Câncer de pâncreas é raro em jovens com menos de 30 anos. A enfermidade atinge praticamente na mesma proporção homens e mulheres, em geral, com idade superior a 50 anos, especialmente entre os 65 e os 80 anos.
 
Na maioria dos casos, não é possível determinar a causa da doença, mas o fator de risco mais importante é o cigarro. Os outros são: pancreatite crônica, aplicações anteriores de radioterapia, diabetes mellitus tipo 2, exposição prolongada a pesticidas e produtos químicos, certas síndromes genéticas e cirurgias para tratamento de úlceras ou retirada da vesícula biliar.

Os tipos mais comuns da doença são o adenocarcinoma (o mais frequente e mais relacionado com o tabagismo) e os tumores das células das ilhotas pancreáticas.

Sintomas
O câncer de pâncreas é uma doença que demora a apresentar sintomas, o que retarda e dificulta o diagnóstico. Quando eles aparecem, os mais comuns são: dor abdominal de leve ou forte intensidade que se irradia para as costas, icterícia, perda de apetite e de peso, cansaço, anemia, diabetes tipo 2.

Infelizmente, alguns desses sinais podem indicar que as células malignas já invadiram a corrente sanguínea e afetaram órgãos vizinhos. Nesses casos, a doença pode estar numa fase mais avançada e é mais resistente ao tratamento.

Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta os sinais e sintomas e o resultado de exames de laboratório (especialmente a dosagem de uma proteína no sangue) e de imagem, tais como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPER). Há casos em que é preciso realizar uma biópsia para fechar o diagnóstico.

Prevenção
Não fumar e evitar o excesso de álcool são medidas importantes para a prevenção do câncer de pâncreas. Pessoas portadoras de outros fatores de risco, como pancreatite crônica, diabetes, histórico familiar ou submetidas a certas cirurgias de estômago, duodeno e vesícula devem manter o acompanhamento médico regular.

Tratamento
O tratamento do câncer de pâncreas pressupõe, sempre que possível, uma cirurgia para a retirada completa do tumor. Quando já existem focos de metástases prejudicando o funcionamento de outros órgãos, ela pode ser realizada para reduzir os sintomas adversos causados pela doença. Outro recurso paliativo é a colocação de endopróteses.

Quimioterapia, associada ou não à radioterapia, é um recurso terapêutico para evitar recidivas do tumor, controle da doença ou alívio dos sintomas.

Câncer pâncreas é uma doença grave. As características dos sintomas que, no início, são inespecíficos e podem ser confundidos com manifestações de outras enfermidades, muitas vezes, inviabilizam o diagnóstico precoce, fundamental para o sucesso do tratamento.

Recomendações
* Dor em faixa na parte superior do abdômen, que se irradia para as costas requer atendimento médico para ser avaliada;

* Adote hábitos saudáveis de vida. Especialmente, não fume e evite excessos com o álcool, os dois fatores de risco mais importantes para o aparecimento do câncer de pâncreas.

Fonte: Drauzio Varella

Tipos de Câncer de Pâncreas

As células exócrinas e as endócrinas do pâncreas formam tipos completamente diferentes de tumores, por isso é importante distinguir os cânceres de pâncreas exócrinos e endócrinos, uma vez que eles têm fatores de risco e causas distintos, diferentes sinais e sintomas, são diagnosticados por meio de exames diferentes, são tratados de forma diferente e têm diferentes prognósticos.

-Tumores Exócrinos

Os tumores exócrinos são o tipo mais comum de câncer de pâncreas.

Adenocarcinoma de Pâncreas. Aproximadamente 95% dos casos de câncer de pâncreas exócrinos são adenocarcinomas. Esses cânceres normalmente começam nos ductos pancreáticos, mas às vezes se desenvolvem a partir das células que produzem as enzimas pancreáticas (carcinomas de células acinares).

Tipos menos comuns. Os tipos menos comuns de câncer ductal de pâncreas exócrino incluem carcinomas adenoescamosos, carcinomas de células escamosas, carcinoma indiferenciado de células gigantes, carcinomas de células em anel de sinete e carcinomas indiferenciados. Esses tipos são diferentes um do outro quando vistos sob o microscópio.

Carcinoma da Ampola de Vater. Este tipo de câncer começa na ampola de Vater, onde o ducto biliar e o ducto pancreático se juntam antes de formar um conduto só e chegar ao intestino delgado. Os cânceres ampulares não são tecnicamente cânceres de pâncreas, mas estão incluídos neste tópico porque seus tratamentos são muito semelhantes ao desse tipo de neoplasia. Esse câncer frequentemente bloqueia o ducto biliar, provocando icterícia (pele e olhos amarelados). É normalmente diagnosticado em estágio mais inicial do que a maioria dos cânceres de pâncreas, e geralmente tem um prognóstico melhor em relação aos cânceres de pâncreas típicos.

-Tumores Endócrinos


Os tumores de pâncreas endócrino são raros, constituindo menos de 5% de todos os cânceres de pâncreas. Como grupo, eles são conhecidos como tumores neuroendócrinos do pâncreas, ou às vezes como tumores de células das ilhotas. 

Existem muitos tipos de tumores de pâncreas endócrinos.

Tumores Funcionais. Cerca da metade dos tumores de pâncreas endócrinos produzem hormônios que são liberados na corrente sanguínea provocando sintomas. Estes são chamados tumores funcionais, que são denominados de acordo com o tipo de célula que produz o hormônio:

-.Gastrinomas. Começam nas células que produzem gastrina.

- Insulinomas. Começam nas células que produzem a insulina.

- Glucagonomas. Começam nas células que produzem glucagon.

- Somatostatinomas. Começam nas células que produzem somatostatina.

- VIPomas. Começam nas células que produzem peptídeo intestinal vasoactivo (VIP).

- Ppomas. Começam nas células que formam o polipéptido pancreático.


Os tipos mais comuns são os gastrinomas e insulinomas. Os outros tipos ocorrem raramente.

Tumores não Funcionais. Os tumores que não produzem hormônios são chamados de não funcionais e são mais comuns que os funcionais.

Tumores Carcinoides. É um tipo de tumor endócrino do pâncreas que produz serotonina ou seu precursor, 5-HTP.

O tratamento e prognóstico dos tumores neuroendócrinos de pâncreas depende do tipo específico do tumor e do estadiamento, mas o prognóstico é geralmente melhor do que os cânceres exócrinos do pâncreas.

 

Tumores Benignos e Pré-Cancerosos do Pâncreas

 

Nem todos os tumores no pâncreas são câncer. Alguns são benignos, enquanto outros podem se tornar câncer se não forem tratados. 

Neoplasias Císticas Serosas. Também conhecidas como cistoadenomas serosos, são tumores que têm cistos preenchidos de líquido. Esses tumores são quase sempre benignos e a maioria não precisa ser tratada, a menos que sejam grandes e estejam provocando sintomas.

Neoplasias Císticas Mucinosas. Também conhecidas como cistoadenomas mucinosos são tumores que têm cistos preenchidos por uma substância gelatinosa, denominada mucina de crescimento lento. Estes tumores quase sempre ocorrem em mulheres. Embora não seja propriamente um câncer, algumas podem se tornar câncer se não forem tratados. Estes tumores podem ser acompanhados clinicamente ou podem ser removidos cirurgicamente.

Neoplasia Mucinosa Papilar Intraductal. É um tumor benigno que cresce nos ductos pancreáticos. Este tumor produz mucina, e às vezes pode se tornar câncer se não for tratado. Algumas neoplasias mucinosas podem apenas ser acompanhadas clinicamente, mas outras podem precisar ser removidos cirurgicamente.

Neoplasia Pseudopapilar Sólida. São tumores raros, de crescimento lento que quase sempre ocorrem em mulheres jovens. Mesmo assim, eles podem, às vezes, se disseminar para outras partes do corpo,  por isso devem ser tratados cirurgicamente. O prognóstico para os pacientes com esses tumores é normalmente muito bom.

 

Estatística para Câncer de Pâncreas

  • Equipe Oncoguia
 

Estima-se que 53.670 (27.970 homens e 25.700 mulheres) novos casos de câncer de pâncreas sejam diagnosticados em 2017 nos Estados Unidos. 

O câncer de pâncreas é responsável por cerca de 3% de todos os tipos de cânceres nos EUA, representando cerca de 7% das mortes por câncer no país.

O risco médio de uma pessoa desenvolver câncer de pâncreas durante sua vida é de cerca de 1 em 65 (1,5%).

No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença. Número de mortes: 8.710, sendo 4.373 homens e 4.335 mulheres. 

Equipe Instituto Oncoguia - Dráuzio Varella -Vídeo: Hospital Israelita ALbert Einstein

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